O casal Montes-Nogueira marcou uma visita ao ginecologista-obstetra no intuito de esclarecer algumas dúvidas sobre fertilização. Durante a consulta, AMN de 35 anos reclamou que ela era incapaz de engravidar, pois já é casada há 10 anos e desde os 28 não faz uso de nenhum tipo de anticoncepcional. Ao se proceder a história clínica da paciente, observa-se que esta apresenta um ciclo regular de 28 dias. Não há relatos de tabagismo, uso de drogas ilícitas ou álcool. As dimensões dos ovários e do útero estão dentro dos limtes considerados normais e a paciente se encontra em bom estado geral de saúde. Alguns exames foram solicitados e apresentados na segunda consulta, mostrando: Estradiol colhido na fase focliuclar 40 pg/mL (normal: 200 a 500 pg/mL) e Progesterona colhida na fase lútea 3 ng / mL (normal: 4 a 20 ng / mL). A contagem de espermatozóides do senhor Montes-Nogueira foi de 30 milhões / mL (normal, >20 x 106/mL).
Diante do exposto, pergunta-se:
1. Qual ou quais as implicações acima relatadas que estão interferindo na fertilização bem sucedida do casal? E Por quê?
2. Como explicar fisiologicamente os resultados dos exames?
Enviado pelo Professor Marcos Eleutério
1 comentários:
Pessoal, vamos a resposta do caso clínico de fertilização e os ganhadores.
Qual ou quais as implicações acima relatadas que estão interferindo na fertilização bem sucedida do casal? E Por quê?
Então há duas perguntas a responder, inicialmente:
Qual ou quais as implicações acima relatadas que estão interferindo na fertilização bem sucedida do casal?
A principal causa da infertilização diz respeito a senhora Montes-Nogueira, pois de acordo com os exames apresentados, os níveis hormonais de estradiol e progesterona estão abaixo dos valores de referência, além disso não foi observado outra alteração que fugisse a essa linha de raciocínio, visto que a avaliação física se encontra satisfatória.
E Por quê?
Porque o fato de terem sido observados no sangue especificamente na fase folicular (níveis de estradiol) e na fase lútea (níveis de progesterona), não foi à toa, uma vez que são hormônios específicos de cada fase, sendo responsáveis pelas modificações que acontecem em cada uma delas. Contudo a produção adequada desses hormônios só acontecerá se existir níveis adequados de estimulação do LH e FSH sob os folículos em desenvolvimento e posteriormente sob o corpo lúteo.
Como explicar fisiologicamente os resultados dos exames?
Assim, tendo como base a premissa da questão anterior, possíveis explicações fisiológicas poderiam ser:
O folículo de Graaf dominante estaria sendo pouco estimulado, e dessa forma estaria desenvolvendo um número insuficiente de células da granulosa, assim, não teria aromatases suficientes para a produção adequada de estradiol que deve ocorrer principalmente na fase folicular – lembrem-se da teoria da dupla célula. Outra explicação poderia ser devido a baixos níveis de produção do FSH ou até mesmo reduzido número de receptores para este nas células da granulosa. Poderia se pensar também em baixa produção de LH ou inadequada estimulação da células tecais que também produzem estradiol. Em relação à progesterona, seus baixos níveis na fase lútea poderia ser decorrente à ovulação prematura de um ovócito secundário que não foi completamente desenvolvido, determinando a formação de um corpo lúteo rudimentar devido a estimulação insuficiente do LH, assim este corpo lúteo passaria a secretar quantidades insuficientes de progesterona e ainda estradiol.
Os ganhadores acertaram parciamnte a questão:
Wilson: 0,5 pts.
Djanino: 0,5 pts.
Parabéns a todos que enviaram as respostas e tentaram.
Abraços.
Prof. Marcos Eleutério
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